PMC - Programa Mãe Curitibana vence concurso nacional
"Esse prêmio nos deixa muito feliz porque o programa, implantado há 12 anos, é reconhecido pelos curitibanos e modelo nacional para outras cidades e estados. E o mais importante, fez com que Curitiba tenha a menor taxa de mortalidade infantil entre as capitais barsileiras", disse o prefeito Luciano Ducci.
O concurso, promovido pela Iniciativa Maternidade Segura - vinculada a Opas, faz parte da estratégia da OMS para estimular o cumprimento de quatro dos dez Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no período 1990-2015: redução da mortalidade infantil e materna e da transmissão vertical do vírus da AIDS, universalização do acesso aos meios de saúde reprodutiva e igualdade de gêneros.
“O Mãe Curitibana busca naturalmente essas metas ao garantir o melhor pré-natal que uma gestante pode ter e com a participação do seu companheiro, além de atenção ao parto e pós-parto e programa de planejamento familiar”, observa o prefeito. Ducci disse ainda que o reconhecimento “é resultado da eficiente rede de unidades de saúde e hospitais integrantes do programa e suas equipes multiprofissionais”.
A iniciativa foi escolhida por um júri formado por representantes de sete organizações: Organização Mundial de Saúde (OMS), Opas/Brasil, Centro Latino-americano de Perinatologia e Saúde da Mulher e órgãos vinculados às Nações Unidas (ONU). A ação da Prefeitura de Curitiba foi considerada a melhor na categoria estatal. Também foram selecionadas experiências em nível hospitalar e comunitário. Elas são de Belo Horizonte (Minas Gerais) e também representação o país na etapa continental.
Mãe Curitibana - O programa de atenção materno-infantil Mãe Curitibana é pioneiro no Brasil na organização da atenção materno-infantil. Começou a funcionar em 8 de março de 1999 e inspirou ações semelhantes. O Mãe Coruja (Pernambuco), Mãe Paulistana (município de São Paulo) e, mais recentemente, o Rede Cegonha, lançado em março pela presidente Dilma Rousseff.
A iniciativa se baseia no vínculo que se estabelece com a mulher, assim que ela recebe o resultado positivo para gravidez. A partir daí, ela e o bebê são acompanhados pelo sistema público de saúde de Curitiba durante toda a gravidez até 40 dias após o nascimento. Passado esse tempo, a mulher recebe alta do Mãe Curitibana e a criança é automaticamente vinculada ao Programa do Lactente.
O vínculo entre a gestante e a rede municipal de saúde acontece na unidade de saúde do bairro de Curitiba onde ela mora. Ali são feitas consultas programadas, exames e oficinas específicas - encontros periódicos de futuras mamães com técnicos da unidade para conversar sobre temas diversos relacionados à gestação, ao parto, pós-parto, cuidados com o bebê e também planejamento familiar. Nessas reuniões é comum a presença das avós dos futuros bebês e, de maio de 2009 para cá, dos seus pais. É a oficina com o pai presente no pré-natal, fortemente estimulada a partir do décimo ano de implantação do Mãe Curitibana.
Diferenciais - Quem é gestante de médio e alto risco tem acompanhamento específico. Além da unidade de saúde, também é monitorada em ambulatório especializado, em maternidade vinculada ao SUS Curitiba.
Toda Mãe Curitibana sabe, bem antes do parto, onde terá seu bebê. Mais que isso, faz visitas acompanhadas a esses locais, o que traz segurança principalmente para aquelas que terão um filho pela primeira vez. “O Mãe Curitibana pôs um ponto final naquela história triste de a mulher, já com as dores do parto, sair de casa sem saber onde ia ter o nenê e correndo o risco de ter até o seu parto pelo taxista ou pelo policial”, resume o prefeito Luciano Ducci, criador do programa.
Pediatra do quadro de carreira da Secretaria Municipal da Saúde, na época Ducci era secretário municipal da Saúde. Do início ao final da gestação, todas as gestantes fazem quinze tipos de exames, além de ecografias.
Transmissão vertical - O teste do HIV é feito no começo da gestação e momentos antes do parto. Esse segundo teste é oferecido também às parturientes não-SUS. As gestantes soropositivas começam a ser tratadas com medicação específica logo que começam o pré-natal. O parto é cirúrgico, a gestante passa por um processo de inibição da lactação e o recém-nascido começa a receber também a sua medicação assim que nasce.
Com esses cuidados, a transmissão vertical (da mãe para o bebê) do vírus da aids é de 3,8% (dado de 2009). Sem isso, o número de bebês contaminados ao nascer poderia ser de até 30% dos filhos de mães soropositivas.
Isso significa que, das 1.351 gestantes soropositivasacompanhadas pelo Mãe Curitibana desde 1999, apenas 48 tiveram seus filhos contaminados ao nascer. Sem os cuidados adotados na rotina do pré-natal feito em Curitiba, o número de bebês HIV, poderia oscilar entre 270 e 405.
Integração - A integração entre os diferentes níveis de serviços (unidades de saúde, hospitais, clínicas e laboratórios) – fundamental no pré-natal, continua após o parto. Antes da alta, todas as mães e seus bebês têm sua primeira visita à unidade de saúde marcada pelo próprio hospital ou maternidade, que tem acesso on line às agendas das unidades de saúde onde a dupla está cadastrada.
Essa consulta – para verificar as condições individuais de saúde de cada um - acontece, em média, seis dias após o nascimento. Se, por algum motivo, mãe e bebê faltam a esse compromisso, a unidade de saúde destaca um agente comunitário para apurar o motivo da falta e trazê-los para a consulta em nova data. O objetivo é manter e fortalecer o vínculo estabelecido nove meses antes.
Alcance - Desde a criação do Mãe Curitibana, perto de 200 mil mulheres e seus bebês foram acompanhados pelo programa. Cerca de 85% das gestantes vinculam-se até o 4º mês de gestação e apenas 13% são diagnosticadas como de médio ou alto risco.
Quase 70% dos partos das Mães Curitibanas – que representam cerca de 60% das gestantes da cidade - são normais.
No ano passado, 89,6% das pacientes vincularam-se no início da gravidez e puderam fazer sete ou mais consultas de pré-natal. No período foram ofertadas 22.657 consultas contra 17.100 em 1998 – ano anterior à implantação do programa. Na época, 66,4% fizeram sete consultas ou mais.
Nesse período também caiu o número de gestantes com menos de 20 anos de idade. Isso demonstra a eficácia das estratégias de educação em saúde via programa Adolescente Saudável, também coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde, e do programa de planejamento familiar e seus métodos contraceptivos compatíveis com as necessidades de cada caso. Enquanto em 1998 19,8% das mães tinham menos de 20 anos, essa taxa caiu para 14,2% em 2010.
Resultados - Focado na redução da morbi-mortalidade infantil e materna, o Mãe Curitibana cumpre seus objetivos. De 1998 para 2009 a mortalidade infantil caiu de 16,64 por 1000 nascidos vivos para 8,97 / 1000. O dado de 2010, preliminar, é idêntico ao do ano anterior e coloca Curitiba na posição de cidade com o menor indicador entre as capitais.
A redução da mortalidade materna também merece destaque. De 60,5 por 100 mil nascidos vivos entre 1994 a 1999 e de 43,9 por 100 mil entre 2000 e 2005, o indicador desceu para 38,6 por 100 mil nos últimos 5 anos.
Por: Prefeitura da Cidade de Curitiba
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