A etimologia do nome desta cidade, que à época de sua emancipação, como vila, pertencia a Piracicaba, é bastante controvertida. A versão adotada pelo município é a que foi proposta por Pio Lourenço Correa em sua Monografia da palavra Araraquara. Segundo seu levantamento histórico, a cidade de Araraquara era primitivamente grafada Araquara, e se devia à existência, na região, da Serra de Araquara ou Araquará.

A posterior duplicação das sílabas iniciais teria sido motivada pelo pouco conhecimento que seus habitantes tinham da língua tupi e, principalmente, pela homofonia com a palavra arara. Assim, ainda segundo o professor Pio Lourenço, o significado do nome do município seria, não “toca ou morada das araras” (como até então se acreditava) ou “toca das aras” (uma espécie de periquito menor que a arara), mas “toca ou morada do sol”, para kûara – toca, morada, arara – arara e ‘ara – sol. O problema dessa proposta é, justamente, seu significado.

Não há registros, na literatura tupi, de ara, como sendo usado para designar sol. ´Ara significa, sim, dia, mas não sol. Haveria quem argumentasse que dia e sol têm uma certa semelhança semântica. Certamente, mas não são a mesma coisa: não dizemos em português, por exemplo, “que sol é hoje?”. Por outro lado, não se pode asseverar que ara kûara, em tupi, signifique “toca ou morada do dia”, visto que essa construção metafórica, extremamente abstrata, não coincidiria com a índole das línguas americanas, cuja marca distintiva é a forma concreta de representar o mundo.

Por fim, acrescente-se a essas propostas a que assevera que Araraquara significa “toca ou buraco das ararás”, que é uma espécie de formiga encontrada em todo o Brasil central. Araraquara emancipou-se em 10 de julho de 1832.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 48.