No ano de 1765, a exemplo de outras regiões à mesma época no Brasil, nos pequenos cursos d’água afluentes do rio Pardo, mais ou menos na altura de sua cabeceira, foi encontrado ouro. A notícia da descoberta, como se pode imaginar, atraiu muitos aventureiros e famílias que logo se fixariam nas margens do sugestivo ribeirão Bom Sucesso, num povoado que se denominou, oficialmente, Nossa Senhora da Conceição das Cabeceiras do Rio Pardo, mas a que a população e os forasteiros se referiam como Caconde.

A história não registra, com exatidão, a razão da cristalização do nome Caconde. Tampouco se sabe, com precisão, qual o seu significado. Uma versão situa a origem da palavra no presídio de Caconda, fundado por João da Silva e Souza, em 1862, na região de mesmo nome, na África Portuguesa Ocidental, atual Angola, onde Silva e Souza era também governador. Essa hipótese, citada no livro Memórias da Cidade de Caconde, de Adriano Campanhole, é questionada pelo próprio autor da obra, que prefere explicar o topônimo por cacunda, nome próprio dados aos negros escravos cacundas que, foragidos, possivelmente se refugiaram em pequenos quilombos, na região compreendida entre o rio Sapucaí e a estrada de Goiás (ou de Goiases).

Ou seja, o nome Caconde teria sido dado ao local pelos novos colonos que, quando chegaram, encontraram os cacundas já instalados na região. Uma última versão refere-se a um caminho ou atalho secreto que os viajantes do sertão, que iam e vinham da região de Jacuí, utilizavam. Faziam-no, furtivamente, contra as ordens ou proibições estabelecidas, evitando a volta obrigatória, que tinham de dar, para alcançar o Caminho Geral, isto é, a estrada de Goiases, em que as mercadorias transportadas eram passíveis de fiscalização e taxação pela alfândega imperial.

Tal atalho, situado na região de Mogi-Mirim, segundo o Dicionário Geográfico da Capitania de São Paulo, seria conhecido na língua indígena a que só João Mendes de Almeida teria tido acesso e, segundo a qual Caconde adviria de qua-quéo-nd-e, significando quebrada bem notável por onde passam muitos. Sem desdouro ao seu autor, preferimos as outras versões.

Caconde, que chegou a ser elevada a vila, emancipou-se, como distrito, do atual município de Casa Branca. O município emancipou-se em 05 de abril de 1864.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 77.