Um típico caso em que a geografia determinou o nome do município. De fato, há na região um morro sem vegetação, o qual se chama Desclavado (isto é, sem cabelos, calvo), na divisa com o município de Analândia. O relevo servia de ponto de referência aos tropeiros que iam de Piracicaba a Araraquara e que passavam pelo Serrote do Descalvado. Daí nasceria o município que se formou a partir da construção, em 1832, da capela de Nossa Senhora do Belém do Descalvado e da doação, à Igreja, das terras a ela circunstantes, que foram executadas por José Ferreira da Silva, proprietário da Fazenda Areias, como pagamento da promessa feita pelo restabelecimento de sua mulher.

O povoado, que começou a se construir, então, depois do loteamento das terras pela Igreja, chamou-se primeiro Belém do Descalvado, para, logo em seguida, ser alterado para o atual Descalvado, simplesmente, quando, após ser fregueisa de Moji-Mirim, desmembrou-se, como vila, de Rio Claro.

Apenas como curiosidade, são muitos “os montes calvos” ou “descalvados”, ou seja, montanhas e morros que recebem essa denominação no Brasil ou mesmo em outros países. Basta lembrar o poema sinfônico do compositor russo Modest Mussorgsky (1839-1881), “Noite no Monte Calvo”, que se refere, exatamente, a um relevo mítico, num lugar qualquer da Rússia, e que, à parte a fantasmagoria que o cerca, guarda essa característica, de ser descalvado.

Descalvado emancipou-se em 22 de abril de 1865.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 99.