Itariri - SP, parabéns pelos 76 anos
Itariri é um dos 12 municípios paulistas que ainda possuem aldeias indígenas em seu território. Outro aspecto peculiar deste município é que sua colonização, que se deu durante todo o Império, deve-se sobretudo aos guaranis, que, por volta de 1820, provenientes, sucessivamente, do sul do País, acabaram por se fixar na serra de Itatins, caracterizando assim um dos aldeamentos mais antigos de São Paulo.
Conforme alguns documentos, eles se agruparam pertos dos rios do Azeite e da Paca, na aldeia de Araribá, que é o nome de uma árvore da Mata Atlântica, cuja característica marcante é seu fruto incomumente grande (chega a atingir 20 cm), em forma de meia-hélice, possuindo na extremidade uma cápsula recoberta de espinhos, que protege a semente.
O local já havia sido morada de outros índios, provavelmente tupiniquins e carijós. Na época, contudo, a área estava desocupada, o que permitiu a rápida instalação dos guaranis. O avanço europeu e paulista sobre a região do rio do Azeite, na serra de Paranapiacaba, aconteceria apenas no final do século XIX e só se fortaleceria em 1914, com a inauguração da Estrada de Ferro Santos-Juquiá, cuja estação ferroviária local é considerada o marco de fundação de Itariri.
Em 1915, chegaram as famílias japonesas, sendo que o colono pioneiro foi Guensho Oshiro, responsável pela primeira plantação de arroz do município, localizada no Bairro da Anta Gorda. A capela, de São Benedito, foi concluída em 1925, a partir das doações de Benedito Muniz, que também construiu a primeira escola de ensino primário, no mesmo ano.
O lugarejo, que já se chamava Itariri, foi elevado a distrito de Itanhaém em 1938. Itariri é o nome de um dos rios que corre na região, perto do qual se localiza a estação de Itariri. A palavra vem do tupi e há duas interpretações para seu significado: ou pedra que treme, de itá – pedra e ryry (îa) – tremer; ou ostra da pedra, de itá (pedra) e reri (ostra). Valeria aqui ressaltar uma especificidade da língua tupi, segundo a qual a frase “eu tenho pé”(xepy), desde que tomada literalmente, quer dizer “eu sou ‘empezado’”, (se pudéssemos usar essa construção, evidentemente). Ou seja, no caso, Itariri poderia, rigorosamente, ser também traduzida como “pedra ostrada”.
Mas passa a ser difícil aceitar que Itariri tenha alguma coisa a ver com ostra, visto que o município, ainda que a poucos quilômetros do mar, não se localiza na costa, o que, em suma, justificaria a existência desses moluscos. Afirmam alguns que se tratou das pedras que jazem no fundo do rio Itariri e que, em sua maioria, têm um formato parecido com o da ostra.
Por outro lado, encontra menos obstáculos a interpretação que, partindo da primeira etimologia, supuser que a pedra que treme designe o efeito que se tem, observando-se os seixos sobre as quais a água cai, em cachoeira, nos vários saltos que o rio Itariri possui em seu itinerário pela serra de Itatins. Enfim, uma questão, por enquanto, insolúvel.
Itariri emancipou-se em 24 de dezembro de 1948.
Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 155.
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