Este era o sobrenome do capitão-general, governador da Capitania de São Paulo, Bernardo José Lorena, o conde de Sarzedas, que em 1788 criou a vila de Lorena, com território desmembrado de Guaratinguetá e com sede na freguesia de Nossa Senhora da Piedade (antigo povoado de Hepacaré ou Guaypacaré e que acabou originando a própria Lorena).

Estabelecida no Vale do Paraíba, Lorena, na verdade, já era conhecida desde os fins do século XVIII. Chamava-se Guaypacaré, nome que, segundo Theodoro Sampaio, significaria lagoa torta, em referência a um remanso que existiria no Paraíba, advindo, assim, do tupi a primeira parte do topônimo, formado, no caso, por upá(ba) – lagoa.

Até aí tudo bem; só que o próprio Theodoro Sampaio não esclarece se karé seria torta. Independentemente do nome da região, porém, a fundação do lugarejo, com a denominação de Lorena, se daria, oficialmente, em 1718, antes, porém, provavelemente em 1698, Bento Rodrigues Caldeira, João de Almeida e Pedro da Costa Colaço doaram parte de suas propriedades para que fosse construída a capela de Nossa Senhora da Piedade, próximo de onde hoje está a catedral de Lorena, e tudo para que, naquele mesmo ano, o povoado pudesse ser elevado, por D. Francisco de São Jerônimo, bispo do Rio de Janeiro, à freguesia do que é hoje o município de Guaratinguetá.

Anote-se que este município paulista é o único que, uma vez já constituído como vila em 06 de julho de 1788, foi anexado a uma outra província do Império (o que equivaleria a um outro Estado da Federação), ou seja, à então província do Rio de Janeiro, de que Lorena fez parte durante dois meses, de 18 de junho a 29 de agosto de 1842. Em 1856, Lorena receberia os foros de cidade.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pgs. 174-175.