O núcleo original de Nova Guataporanga iniciou-se nas terras que o português José Alves Ferreira adquiriu da Firma Souza Leão e Rocha, que então loteava a imensa fazenda Goataporanga (de 12.000 alqueires), situada no espigão que divide os rios Aguapeí e Peixe.

Era 1946 e, já no ano seguinte, depois de um rápido povoamento motivado pela cafeicultura, com a Estrada de Ferro Paulista e com a numerosa concorrência de colonos europeus fugidos da guerra, dava-se a fundação oficial do lugarejo, com a inauguração da igreja que abrigaria a pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O nome dado ao arraial foi Nova Guataporanga, por causa da antiga fazenda e dos novos tempos que ela, presumivelmente, proporcionaria a seus moradores. A palavra gûatá-pyranga designa, em tupi, um veado de coloração avermelhada, parecido com o guatapará, cujas histórias de caçadas tinham como cenário invariável a fazenda Guataporanga.

Ainda sobre essa palavra: se não é possível precisar o significado, neste caso, de gûatá (de modo geral, gûata significa caminhar), pode-se aventar, ao menos, que seja um designativo da família dos cervídeos (a mesma do veado), justamente porque também está presente em gûatápará.

Abona, ainda, esta idéia, a realidade de que pyranga é uma palavra conhecida, o que implica que o referido topônimo seja uma composição. Pyranga (que se modificou em poranga – belo, em tupi – certamente por ser este adjetivo tupi muito conhecido e por compor muitos outros topônimos, significa vermelho.

Nova Guataporanga emancipou-se de Tupi Paulista em 18 de fevereiro de 1959.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 199.