Parabéns, Monte Formoso pelos seus 16 anos, parabéns pelos 5 anos
Data de Emancipação: 21/12/1995
Indícios e deduções por analogia apontam que a origem dos primeiros habitantes de Monte Formoso foram de descendentes da Bahia e de outros Estados nordestinos que teriam fugido da devastadora seca da última década do século XIX, a qual, também assolou o norte e nordeste mineiro. Anteriormente, Monte Formoso e região do Baixo Jequitinhonha, eram territórios dos temidos índios Botocudos da nação dos Tapuias, que vagavam por essas terras, mas com o avanço do homem branco foram aos poucos sendo exterminados com o apoio do Decreto de Lei, assinado pela Coroa Portuguesa que ordenava a matança de tais silvícolas, que se constituíam num grande obstáculo para a exploração da colônia brasileira. Historiadores afirmam que o nordeste mineiro foi, a primeira região a ser pisada por homens civilizados no Estado de Minas Gerais.
Relatos dão conta de que no fim do século passado, famílias inteiras se punham a caminhar com destino ao sul do país, em busca de regiões com melhores condições climáticas e de terras férteis para a cultura de lavouras de subsistência. Durante o percurso, devido à desnutrição, alguns imigrantes morriam. Outros, perdiam os animais cargueiros e por isto, nem sempre podiam prosseguir a viagem, ficando, muitas vezes obrigados a permanecer em locais imprevistos.
Ainda hoje é do conhecimento popular por parte dos atuais moradores de Monte Formoso, que grande parte das famílias ali estabelecidas, são oriundas de tropeiros que transportavam mercadorias entre os distritos do "imenso" município de Araçuaí, que abrangia a área de vários municípios da atualidade do Vale do Jequitinhonha. Araçuaí, era o grande centro comercial nesta região durante as primeiras décadas do século XIX.
Anterior aos pioneiros de Monte Formoso está como precursor José Pinheiro e família que motivados pela fé cristã através de uma imagem de Nossa Senhora da Ajuda, fundaram e propiciaram o desenvolvimento do antigo arraial do Comercinho do Anta Podre. Quando um dos filhos de José Pinheiro doou o terreno para a construção de uma capela para a construção de uma capela improvisada, estaria dando o passo decisivo para fincar as raízes de um futuro município do Estado de Minas Gerais.
Figuram como pioneiros de importância para a expansão habitacional de Monte Formoso o oleiro Manoel Nunes Folgado que juntamente com os seus familiares amassaram o barro para a confecção de adobes da maioria das casas ali erguidas, das quais ainda hoje abrigam famílias. Juntamente com anônimos carregaram areia do córrego do Anta Podre para o alto da colina onde foi construída a atual Igreja, maior referência arquitetônica que representa o cartão postal da cidade. Entre seus familiares destacam-se os filhos José Nunes e Germino Nunes, pedreiro e servente respectivamente, responsável pelas obras de construção.
Os tropeiros desempenharam papéis de importância simultânea. Foram o elo de comunicação entre os povoados, incentivadores do comércio e desbravadores das matas, devendo serem considerados como os "últimos bandeirantes". Entre os tropeiros mais importantes figuram nomes como: Norberto Valeiro, Antônio Francisco dos Santos, Miguel Batista, Euzébio Tertulino da Cruz, Dejaniro Oliveira e Salvino Rodrigues cujos descendentes, em grande parte ainda moram
Também são pioneiros João Medeiros, antigo proprietário rural, criador de gado e agricultor. Manoel Veiga fazendeiro que prestou serviços como delegado de polícia. Francisco Moreira, agropecuarista, cultivava lavouras de cana e produzia rapaduras. Cezário Dias, antigo morador da área urbana e João Vieira, comerciante local. Camilo Soares abriu o primeiro açougue de carnes bovina.
Antônio Vital foi delegado de polícia e um político entusiasta que conseguiu diversas benfeitorias para a localidade. O "Velho Deja" raizeiro e curador fez o papel de médico e de farmacêutico na comunidade. Josefino Manoel de Souza, fazendeiro e criador de equídeos foi juiz de paz, delegado de polícia, político e dono de alambique.
A vinda do farmacêutico Celestino Alves Santos para o povoado preencheu uma lacuna na vida da comunidade. Coube a ele os cuidados pela sanidade dos habitantes locais.
As costureiras Ana de Corico e Sinhana Pereira por muitos anos confeccionou peças de vestuário que na época se constituía uma das grandes necessidades do povo.
A professora Bete, que viera de Águas Formosas, foi a primeira educadora a ministrar aulas para turmas. Em seguida, o professor Antônio José Vital permaneceu lecionando por muitos anos. Primitivo Barbuda, nome que integra o grupo de tropeiros, também trabalhou como educador.
Uma das primeiras lojas de tecidos pertenceu a Abílio Gonçalves que viera de São Pedro Jequitinhonha e ali fixou residência.
Um dos últimos remanescentes dos pioneiros foi Clemente Pestana. Homem trabalhador, foi considerado como o "rei do café". Vítima de um suposto homicídio nos anos 80, encerrou o nome dos antigos pioneiros responsáveis pelo desenvolvimento sócio-econômico de Monte Formoso. É necessário ressaltar entre os pioneiros a presença do intyrépido empreendedor Lídio Araújo, que juntamente com o ex-prefeito de Joaíma Francisco Costa, abriram a estrada Joaíma-Monte Formoso. Araújo, proprietário da fazenda Duas Pedras, Construiu na localidade quando esta ainda chamava-se Monte Belo, ponte sobre o rio Anta Podre e instalou em sua propriedade um sistema regionalmente inédito de produção de energia elétrica movido pela água do córrego.
Manoel de Souza Santos foi o primeiro morador a possuir um veículo.
Em 1930, por sugestão do Frei Carlos Aurélio, Comercinho do Anta Podre passou a ser chamado de Monte Belo e assim ficou conhecido até
Em 1948 passou a ser subdistrito de Joaíma, que pertencia ao município de Jequitinhonha. Em 1982 passou a chamar-se Monte Formoso. O distrito foi criado pela lei 8285 de 08/10/1982. Após a emancipação política de Joaíma, passaria a ser distrito deste município, e em 1995 foi elevado a categoria de município, pela lei 12030 de 21/12/1995. O primeiro prefeito José Alves Soares, foi indicado por consenso entre a própria comunidade. Nascido e criado
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