São Bernardo era o nome de uma antiga fazenda que os beneditinos paulistas tinham na região, a partir da qual, em 1553, se desenvolveria um povoado, sob os auspícios do então governador-geral do Brasil, Tomé de Souza. O Campo, que foi acrescido ao nome, se deve à localização da sede do então povoado na Vila de Santo André da Borda do Campo, ou seja, na beira da serra do Mar.

A meio caminho de São Paulo de Piratininga, a história de São Bernardo, que se constituiria como povoado a 2 de dezembro de 1735, remonta aos esforços dos portugueses para assumirem o poder efetivo das terras descobertas por Cabral. É quando Portugal começa a enfrentar as sortidas dos índios carijós, insuflados pelos franceses, e quando, por razões táticas, a então vla dirigida por João Ramalho, por ordem expressa da Coroa Portuguesa, perde a sua condição em favor da localidade que se formava em torno dos jesuítas, que organizavam um outro povoado, no Planlto de Piratininga, e que daria origem à futura São Paulo.

De acordo com a sua condição de entreposto, entre o Interior e o litoral, São Bernardo seria, no princípio, batizado como Nossa Senhora da Conceição da Boa Viagem. Imagina-se que a alteração do nome para São Bernardo se dê não apenas como menção à antiga fazenda beneditina, mas também por essa condição específica de entreposto para os viajantes: ainda que um intelectual, São Bernardo (1090-1153) foi um andarilho incasável, tendo sido um dos maiores pregadores e organizadores da Igreja de seu tempo.

Pertencendo, alternadamente, a São Paulo (em 1812), como freguesia, e a Santo André (em 1938), como distrito, quando ainda se denominava São Bernardo, já então como cidade, se tornaria município, com o acréscimo do determinativo “do Campo”, em 1944.

São Bernardo do Campo emancipou-se em 12 de março de 1889.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pgs. 262-263.