Mais uma vez o nome de um município que foi, arbitrariamente, determinado pela Assembléia Legislativa de São Paulo, a qual, em 1906, achou por bem trocar a denominação do já distrito policial de Soledade (do atual município de Caconde) para a palavra tupi Tapiratiba, que significa ajuntamento de antas, lugar onde se encontram muitas antas (grande mamífero da família dos tapirídeos, de cauda bem curta e nariz prolongado em tromba; também conhecido por antaxuré, batuvira, pororoca, tapiira, tapir, tapira e tapiretê).

A propósito, os tupinólogos registram um fato interessante sobre a denominação desse animal, considerado o maior dentre os mamíferos da América Latina (tapy’yra – anta): depois que os europeus chegaram ao Brasil, com seus rebanhos de gado vacum, os índios tupis, na falta de uma outra palavra que os designassem, passaram a chamar os bois e as vacas, dadas as semelhanças que eles encontraram principalmente no porte desses animais com a anta, de tapy’yra; e para que não houvesse maiores confusões, a anta começou, então, a ser denominada de Tapy’yr-eté, que significa anta verdadeira.

O mesmo, vale registrar, aconteceu com outras palavras do tupi. Por exemplo, îagûara era a onça (daí a palavra jaguar); posteriormente, porém, passou também a designar o cachorro e o gato, e novamente, para que também aqui não houvesse equívocos, a onça, então, começou a ser chamada de îagûar-eté (onça verdadeira).

O município foi emancipado em 27 de dezembro de 1928.

Fonte: (livro) A origem dos nomes dos municípios paulistas, Enio Squeff e Helder Perri Ferreira, 2003, pg. 284.