TCU - 16 de Maio
TCU define prazo para negociação de reassentamento de famílias que moram às margens de rodovia em Be
RESUMO
TCU acompanha negociação para reassentamento de 900 famílias que moram às margens da BR-381.
O projeto se estende desde 2012, quando foi firmado contrato entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o município.
Na prestação de contas ao Dnit, o município não comprovou a boa e regular aplicação dos recursos.
Atualmente, os terrenos adquiridos com o dinheiro do projeto são ocupados indevidamente.
Na sessão plenária de quarta-feira (15/5), o Tribunal de Contas da União (TCU) analisou o andamento da negociação que trata do reassentamento de 900 famílias que moram às margens da BR-381, no trecho compreendido entre a Avenida Cristiano Machado e o Rio das Velhas, junto ao Anel Rodoviário de Belo Horizonte (MG). O trecho é considerado essencial para as obras de modernização e duplicação da rodovia. A Corte de Contas definiu que o acordo deve ser concluído até 30 de setembro deste ano.
A execução do projeto de melhorias na rodovia dependia de obtenção de licença de instalação, condicionada à elaboração de plano de remoção e reassentamento de aproximadamente 900 famílias de baixa renda que ocupavam as margens da BR-381 no trecho.
Atualmente, o TCU acompanha a busca por solução consensual entre os envolvidos no processo. O projeto se estende desde 2012, quando foi firmado contrato entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o município. O compromisso previa a compra de terrenos para a construção de 630 unidades habitacionais, vinculadas ao programa federal Minha Casa, Minha Vida.
Nesse contexto, o município ficou responsável pelas ações de reassentamento, enquanto o Dnit, pelos repasses financeiros, que totalizaram R$ 5,3 milhões. Em 2013, o município adquiriu 47 lotes junto à Caixa Econômica Federal (Caixa), por R$ 4,9 milhões. No entanto, devido à reformulação da metodologia a ser utilizada nos assentamentos, realizada em 2017, o valor não foi utilizado no projeto.
O prazo para a prestação de contas era janeiro de 2022, e não houve comprovação da boa e regular aplicação dos recursos repassados. Hoje, os terrenos são ocupados irregularmente por outras famílias. Assim, o Dnit instaurou tomada de contas especial para que os valores sejam ressarcidos e as outras questões sejam solucionadas. O objetivo final é dar nova moradia às famílias e permitir as obras na rodovia.
O TCU está acompanhando as tratativas para garantir o andamento e a efetividade da solução consensual. “A política de buscar soluções consensuais e de promover a cooperação entre os entes públicos é uma postura cada vez mais consolidada nesta Corte, pois visa não apenas ao ressarcimento ao erário, mas à efetivação de políticas públicas de interesse social, com a construção de um ambiente mais justo e eficiente na gestão dos bens públicos”, afirmou o ministro-relator do processo no TCU, Jorge Oliveira, durante a sessão.
O presidente do Tribunal, ministro Vital do Rêgo, acredita que a participação do órgão na negociação vai ao encontro da estratégia da atual gestão, que é aproximar o TCU do cidadão. “Nós nos transformamos, cada vez mais, em um tribunal próximo à cidadania, mudando a vida das pessoas. Serão 900 famílias realocadas, o que demonstra que o Tribunal cumpre o seu papel social”, disse.
A decisão sobre o prazo será comunicada ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), ao município de Belo Horizonte/MG, à Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) e à Comissão Regional de Soluções Fundiárias do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) para que as providências sejam adotadas.
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SERVIÇO
Leia a íntegra da decisão: Acórdão 1081/2025 – Plenário
Processo: TC 014.117/2022-3
Sessão: 14/5/2025
Secom – CB/pc
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Por: Tribunal de contas da União